16 novembro, 2010


Nunca tive a certeza do quanto me eras, e o quanto me fazias feliz, nunca tive a certeza o quanto te queria na minha vida, e o quanto poderias ficar por perto. Chegadas e partidas sem nunca sentir o sabor da tua estadia na minha vida, amavas o que querias hoje, e amanha partias sem deixares o teu corpo aquecer a cama que partilhavas comigo durante algumas horas. Não ficavas muito tempo, tinhas medo de te habituar as coisas, não poderias admitir o quanto eras bom a ficar no lado de alguém, não te querias dar a ninguém, esse era o problema de quem tem medo de amar. Não desfazias as malas, nem gostavas de trazer contigo varias roupas, sabias que não te podias demorar a partir logo de seguida. Deixavas pela casa a saudade de um dia voltares a entrar pela mesma porta que fechaste antes de eu ter aberto os olhos, para não te fazer perguntas de porque que ias voltar a partir, e quando regressavas, aparecias cheio de promessas, para eu voltar a cair no esquecimento da ultima vez que terias ido embora. Agora que voltaste a vir, e já foste novamente, eu já sabia no momento que tinhas chegado, que partias logo de seguida, e desta vez quem não se habitou ou facto de estares comigo fui eu, não te fiz perguntas do motivo de teres voltado, e tu não chegaste com promessas desta vez, não trouxeste nenhuma mala contigo, nem li nos teus olhos a vontade de ficar uma noite do meu lado, não te pedi para ficares como em outras noites, nem pedi que me abraçasses e me desejasses nessa mesma noite. Não pedi que as tuas mãos tocassem nas minhas e juntas permaneciam durante horas. Desta vez sabias que não precisavas de vir com planos, nem precisavas de me prometer mundos. E acho que és bem melhor assim.

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Incerta

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Vivi iludida durante tanto tempo, julgando o que amor era feito de grandes arrebatamentos! Até o será, certamente, para os espíritos apaixonados. Mas tem de haver muito mais. Momentos perdidos no tempo não enchem os dias(..)Apaixonamo-nos por aquilo que não conhecemos e amamos aquilo que conhecemos(..)Quando duas pessoas foram tão próximas como nós e viveram essa proximidade de uma maneira única, aquilo a que tão raramente podemos chamar intimidade, há marcas que ficam para sempre na nossa memoria, sendo por isso inútil, e até ingénuo, tentar apaga-las… Tu vives em mim por tudo o que representaste de bom e que foste de mau.