Choveu toda a noite, demorei bastante tempo adormecer, e depois que tivera adormecido estava constantemente acordar de uma em uma hora. Foi uma noite difícil de explicar, estava sempre a olhar pró telemóvel, a ver as horas a contar os minutos para ser de dia e saber algo sobre ti. E ainda não soube nada, arranjei-me de qualquer das formas para estar contigo, não me disseste se virias, ou se ficarias em casa, ainda esperei por uma mensagem de confirmação até há pouco tempo, e nunca chegou naturalmente não deves vir, e mais uma vez fiz figura de parva. Tenho a musica no mínimo e como sempre a nossa musica a tocar, ou uma das nossas musicas, temos tantas, ou neste caso eu tenho tantas que me relembram sobre ti. Estou de certa maneira a segurar as lágrimas, as inquietações e os medos, tento ouvir a porta a bater, e esperar que sejas tu, em vão ainda não chegaste e eu nem tenho a certeza se viras. Pela conversa de ontem, tirei partido que sim, mas andas tão difícil de se compreender que me confundes um bocado. Em relação há maneira de me teres posto em segundo plano mais uma vez, irei falar contigo sobre o mesmo, prometi a mim mesma que assim seria, não vou fracassar agora. Já estou a escrever alguns minutos e nem nada teu. Estou arrepiada e o quarto esta tão quente, estou com medo que não apareças. Hoje voltei a precisar de ti, hoje preciso de ti e hoje quero-te aqui. Amanha logo se vê, mas hoje por favor fica aqui, vem ter comigo, deita-te comigo, vamos voltar a partilhar os mesmos lençóis durante uma tarde inteira, vamos sorrir juntos, brincar, aparvalhar. Penso que ouvi um carro bem lá ao longe mas não tenho coragem sequer de sair do meu quarto e ir há janela ver se és tu. Naturalmente não és. O telemóvel continua em silencio sem fazer questão de tocar, ou neste caso de receber uma mensagem tua. A esta hora já não deves mandar nada, e o mais certo é nem apareceres. Hoje vou chorar, tal e qual como o dia.