26 julho, 2011

A alice já não mora Aqui.


Afinal consegui esquecer-te. Não foi assim tão dificil, já te esquecera varias vezes, nunca o suficiente, eu sei, mas mesmo assim chutei-te para canto, deixaste de fazer parte dos meus dias,acordo e não penso em ti, adormeço sem a tua imagem a dançar-me, demoníaca, diante dos olhos. O gato da Alice foi-se embora, já não aparece quando quer nem desaparece quando lhe apetece, sou outra vez dona da minha realidade. Ás vezes, penso que não te larguei por pura teimosia, orgulho feminino, aquela mania muito estupida de pensar que quem nos deixou cair está, sempre a tempo de se redimir. Um dia havias de voltar, como fazem os cães, para lamber a mão do dono, os amigos arrependidos ou os irmãos desavindos. Outras vezes, apercebo-me de que não te deixei cair porque me alimentavas a veia, és uma droga dura, muito boa, como todas as drogas, mas isso é o que oiço dizer. Queria acreditar que te esqueceria quando alguém finalmente ocupasse o teu lugar. Mas o coração não é um motor não lhe podes trocar as peças, tirar aquela porque emperrou e substitui-la por estar só porque o faz mais feliz. Ainda tentei esse metodo, não resultou, enconstei á box, ri-me outra vez de mim e descontrai. – O gato nunca mais apareceu, talvez tenha finalmente percebido, tanto tempo depois, que alice já não mora aqui. A confusão éo inicio de uma nova realidade e percebi que sou muito mais feliz num jardim sem gatos pendurados nas arvores, nem coelhos apressados que atiram pessoas para o poço fundo do uqal há uma porta fechada, uma maçaneta que fala e poções que nos fazem ficar mais pequenos ou maiores consoante o numero de gotas. – Agora sou outra vez dona da minha casa na minha alma vive outro heroi que não se pendura nas arvores nem no meu coração, não desaparece, nem troça de mim. Matei a Alice e o gato foi-se embora. Quem sabe, a esta hora, não estara pendurado em qualquer lado a pensar com as suas listas porque é que a historia mudou. É que quando o bule de chá explode, nada mais volta a ser igual. *

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Incerta

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Vivi iludida durante tanto tempo, julgando o que amor era feito de grandes arrebatamentos! Até o será, certamente, para os espíritos apaixonados. Mas tem de haver muito mais. Momentos perdidos no tempo não enchem os dias(..)Apaixonamo-nos por aquilo que não conhecemos e amamos aquilo que conhecemos(..)Quando duas pessoas foram tão próximas como nós e viveram essa proximidade de uma maneira única, aquilo a que tão raramente podemos chamar intimidade, há marcas que ficam para sempre na nossa memoria, sendo por isso inútil, e até ingénuo, tentar apaga-las… Tu vives em mim por tudo o que representaste de bom e que foste de mau.