enviar? Nao enviar? Enviado.

Eu sei que não me queres ver, que não podes ouvir falar no meu nome, nem sequer saberei ao certo se vais ler; Vou enviar-te um e-mail, não sei quantas vezes vou escrever apagar, escrever e apagar, não me importa se vais ler, se vais ter paciência para me ouvires desta vez, provavelmente o teu coração tornou-se pedra, e todas as palavras que vieram de mim são inúteis, criaste um escudo de protecção perante ti, para jamais puderes voltares a magoar-te ; eu tentei fazer igual, mas o escudo não é a melhor protecção; escrevo-te em forma de e-mail porque sabes que serei melhor na maneira da escrita, na forma de escrever, não espero que estejas desse lado quando terminar, nem espero que me venhas proteger depois; Não vou em ilusões, não ganho esperanças, as coisas mudaram; de certa forma escrevo-te a ultima carta os últimos parágrafos para ti, ouço as ultimas musicas que me recordam de ti, as ultimas lágrimas que caíram para ti, darei o meu ultimo sufoco na almofada, e quando a saudade vier, fecharei os olhos para me voltar a perder no tempo em que não posso não quero, nem vou gostar mais de ti; Demorei vários dias a tentar achar a melhor maneira para te citar as minhas ultimas palavras, mas é sempre tão complicado escrever a ultima vez, é certo que é difícil olhar para trás, recordar o que ficou, e desistir do que éramos; tenho que admitir que odeio vir há internet, odeio ver actualizações, odeio ver o que há de novo, só com o medo do que vira a seguir; não te direi que não terei saudades tuas, saudades das nossas ultimas aventuras, dos sorrisos que demos nas ultimas vezes que estivemos juntos, nem te irei dizer que me iras fazer falta, que sabia que quando o mundo tivesse todo ao contrario ao final da noite eu poderia desabafar contigo, chorar as minhas ultimas magoas, e ouvir o teu melhor conselho; Não te irei dizer que não terei saudades tuas, das tuas mudanças de humor, das tuas inseguranças e da forma incrível que me sabias dominar; fazias o teu melhor jogo, usavas a tua melhor sedução e fazias o teu melhor papel, tinhas-me nas tuas mãos como se de vicio se trata-se e fosses uma droga que eu era obrigada a consumir; acho que terei mais saudades disso, porque nessa matéria entendíamo-nos muito bem; não houve a nossa ultima vez, mas é disso que contudo terei mais saudades; Nunca antes tinha feito da maneira que fiz contigo, e tu sabias disse-te muitas vezes o mesmo, e mesmo que tivesse provavelmente tentado que fosse igual, a verdade é que não será; sabes que vamos sempre matar o desejo um do outro, não precisamos de falar, os olhos falam por si; Não vou alongar muito mais as minhas palavras até porque duvido que tenhas lido isto, duvido que tivesses cabeça para teres noticias minhas, duvido que queiras saber o que tenha escrito para ti; Escrevo-te as ultimas linhas para dizer-te que peço desculpa se fugimos da vida um do outro desta maneira; mas sabes tão bem quanto eu que nunca podemos fugir do que um dia tivemos; certo? Há coisas que são para uma vida inteira!