Estou cansada das tuas chegadas mais prologadas, ás tuas despedidas mais longas, são aborrecidas e começo habituar-me as mesmas, acabo por citar-te que são tão semelhantes que começo a contar com elas e fico cansada. Gostava bastante disso quando ainda te conseguia ver de outra maneira, achava uma certa piada á tua forma de amar, e ao jogo que envolvias na conquista de me teres sempre perto de ti, da forma como achavas que me controlavas apenas com um beijo mais longo, e eu ficaria nos teus braços naquele dia. Conhecias-me bem, e sabias que gostava de coisas impossíveis, de formas de amar desconhecidas, e sobretudo sabias que estaria sempre para ti. Sabias que todas as cicatrizes que me farias todos os dias acabariam por sair, das vezes que vinhas ter comigo e me prometias um mundo desconhecido a onde um dia ficaria contigo sem pertencer a mais ninguém. Conhecias-me tão bem que saberias como curar as feridas que me tiveras feito, com palavras e frases que me dizias ao ouvido todas as vezes que nos deitávamos. Sabias como me controlar o coração, aquecer a minha alma e sabias como me fazer vibrar, tudo isto porque sabias que eu era totalmente tua. Eu gostava de ti, mas deixei de saber faze-lo, deixei de gostar do teu sorriso, do teu olhar contagiante, olhos enormes e castanhos a fugir para o verde, deixei de me perder nos mesmos. Gostava das tuas despedidas mesmo sabendo que irias demorar a regressar, gostava de todas as vezes que tentavas colar todos os pedacinhos do meu coração quando estava desfeito. Mas tu mudaste, e eu tentei mudar-me contigo, tentei que a tua alma confusa e incompleta, se pudesse concluir com a minha. Mas não se completou, porque quando um dia me apaixonei por ti, saberia que tudo valia a pena, e tínhamo-nos que habituar as diferenças um do outro, e quando tu deixas-te de te habituar a mim, eu não tinha o porque de mudar por ti. Desculpa-me por não ter ficado, e te ter tentado concluir mais um pouco, mas eu não sou tua, não estou garantida, nem sou de ninguém.