Sempre soube aceitar qualquer decisão da tua parte, por mais injusta que ela fosse, sempre aceitei as tuas regras, a tua falta de humor quando me falavas, sempre aceitei os teus dias de menos amor, aceitei as tuas inseguranças, e sobretudo os medos que carregas diariamente contigo, as tuas ausências, os teus erros, tudo porque te aceito como és, conheço-te tão bem, e sei do que gostas, do que não gostas, sei o que queres e o que não aceitas. Conheço o teu olhar melhor do que ninguém. Sempre que cai, soube me levantar e ainda amparar-te, soube engolir o orgulho e ir sempre atrás de ti, e tantas vezes acredito que não tivera a culpa de tudo. Tantas vezes deixei a janela do meu quarto aberta pra ouvir o vento e me trazer o teu perfume, tantas vezes me deitei na almofada como nós fazemos só porque a saudade dá cabo de mim, tantas vezes deixei o telemóvel com som durante uma noite inteira só porque tinha a esperança que enviasses algo, nem que não soubesses escrever nada de especial, mas pra poder ler e saber que estavas a pensar em mim, da mesma forma como eu penso em ti. Nunca te pedi mais do que aquilo que tenho direito, nunca exigi de ti tanto como já tiveras exigido de mim. De todas as criticas que tivera feito sobre ti, foi porque quero e ainda acredito que somos únicos, e porque todas as discussões que nos envolve é pra nos manter mais forte, feitios compatíveis. Não me considero uma pessoa fácil, sei que não sou, mas eu sempre tentei e mais do que isso acreditei por completo em nós. São dias como estes que não quero sentir, são dias como estes que só quero deitar a cabeça numa almofada e esquecer o mundo há minha volta, não porque tenciono fugir dos problemas, mas só não os quero sentir, nem saber que eles existem, todas as discussões difíceis conseguimos ultrapassar sem qualquer barreira, e aquelas que são tão fáceis de se resolver acabamos sempre por complicar. Seremos sempre assim, e isso não tenho qualquer duvida. Amo-te tanto quanto tu me amas a mim, só que nem sempre sabemos resolver isso, os arrependimentos que acabam por chegar e sobretudo usamos as palavras mais baratas e rascas só porque achamos que nós estamos a defender e a magoar um ao outro. A verdade é se te magoou a ti, estarei a magoar-me a mim também, e mesmo que ache que naquela altura estarei provavelmente a fazer a coisa certa, no momento a seguir com a cabeça mais calma e com a certeza que não era isso que procurávamos dizer. Se uso as palavras menos adequadas, é porque funciona tudo há base de actos involuntários, e pedir desculpa fica bem. Desta vez as lágrimas não escorregaram-me pela cara, e não saberei ao certo como lidar com a situação porque sempre me afirmaram que chorar faz bem. Lá vem uma maré, o céu fica cinzentos as estrelas desaparecem, e chuva acaba por regressar, só espero que saibas ainda a minha morada, e que me saibas alcançar, e se isso não acontecer, é porque o amor não era tão forte, e nunca soubemos lutar.