27 novembro, 2009

A carta que eu Nunca te escrevi.

Hoje vou escrever-te uma carta, ou alias a carta que eu nunca tive coragem de te escrever nem de enviar.


Meu amor, já á dias que estava pra te escrever, mas não podia nem queria ando numa enorme luta contra mim própria pra não te escrever, ando numa luta constante pra não escrever tantas vezes pra ti, ou sobre ti, debato-me a abrir um caderno varias vezes ao dia a pegar numa caneta e a escrever sobre ti, nunca foi difícil escrever-te nunca foi difícil esgotar as palavras que me relembram e recordam de ti, nunca foi complicado a vontade e a necessidade de escrever pra ti qualquer coisa, mesmo sabendo que nunca irias ver, ou dar valor tanto ou igual aquilo que eu realmente dou valor, eu sei disso, ou saberei hoje não tenho a certeza. Deixa-me que te diga que desisti, não de ti nem de nós, mas de mim, porque tudo o que me leva a mim são medos, inseguranças, receios, lágrimas ou até mesmo despedidas que me fere, e magoa, por isso fechei a porta a todas essas palavras, a todas essas emoções, a todos esses maus estares, porque não me perturba só a mim como ti, deixa-me que te diga que não esperes por receber tudo de mim, ou mais do que hoje recebes, lamento se assim achas, mas não posso aceitar uma única falha tua, nem uma única queda, e tu sabes e recordas-te que eu raramente gosto de alguém mas quando gosto, eu gosto mesmo e tu já descobriste isso, ou ainda andas a descobrir e a entender, qual delas a mais correcta. E tenho que confessar-te que tenho saudades tuas cada vez que vais embora, cada vez que viramos uma pagina da nossa historia e fica a saudade de outros tempos quando recebia mais um pouco daquilo que tu me davas. E sabes do que tenho mais medo? É que tu estejas tão perto de mim e de um momento pró outro te vás embora e eu nem sinta a tua partida, é que estejas tão apaixonado por mim e quando eu menos espero tu voltes a fazer as malas e segues viagem sem me deixares algum recado sobre a tua nova morada, e sabes o que eu tenho mais medo? É que tudo o que passamos agora, seja parte esquecida por ti, e acabes por nunca mais te recordares de mim, de ti e sobretudo de nós, porque hoje somos duas almas mas um só coração e tu sabes disso, és o próprio afirmar a minha frase. Recordo-me bem que já te escrevi da pior maneira possível, já te pintei da maneira mais cruel que alguma vez merecias, mas tudo isso só me fez crer-te mais do que aquilo que cria e amar-te mais do que te amava, porque sim, eu amo-te e amo-te muito, mesmo quando não o digo, não o mostre e até o oculte. Porque á uma diferença entre nós, eu sei que te quero a ti e a mais ninguém para toda a minha vida e tu? Queres-me realmente contigo para toda a tua vida? Eu sei isto é uma carta, já mais enviada eu conheço-me mas é a carta que eu nunca tive coragem de te escrever. Uma vez li em algum lado que às vezes estamos separados das pessoas que amamos, mas isso não quer dizer que as amamos menos - às vezes até as amamos mais, e eu sempre soube que por ti? Sempre te amei mais. Agora que estou a chegar ao fim, volto a relembrar-te que entre nós nunca existira um ponto final, haverá sempre virgulas e mais virgulas, mas nunca encontraras um ponto final, pelo menos eu nunca o saberei dar, enquanto tu? Cabe-me a mim descobrir do que és capaz. E sabes se fosse a um tempo atrás eu já cá não estaria para ti, eu já cá não estava aqui a lutar pelo mesmo que tu, á primeira etapa que tu errasses eu já tinha escrito o PONTO final na historia, ficaria aterrorizada, estaria de partida e nunca chegarias a receber o bilhete com a minha nova morada, mas se eu acabo sempre por enviar algo pra me encontrares por favor nunca desistas de mim nem de NOS, sobretudo do dia vinte e oito. Amo-te


# Anna

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Incerta

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Vivi iludida durante tanto tempo, julgando o que amor era feito de grandes arrebatamentos! Até o será, certamente, para os espíritos apaixonados. Mas tem de haver muito mais. Momentos perdidos no tempo não enchem os dias(..)Apaixonamo-nos por aquilo que não conhecemos e amamos aquilo que conhecemos(..)Quando duas pessoas foram tão próximas como nós e viveram essa proximidade de uma maneira única, aquilo a que tão raramente podemos chamar intimidade, há marcas que ficam para sempre na nossa memoria, sendo por isso inútil, e até ingénuo, tentar apaga-las… Tu vives em mim por tudo o que representaste de bom e que foste de mau.